Carnaval e seus delírios
Atualização para o último carnaval de 2017
Tá com o furico na mão, meu irmão?
Desconfio, profundamente, para o delírio de alguns e a sofrência de outros, que o carnaval de 2017 não terminará este ano.Porque diante das inquietações que compartilho, o caráter máximo dessa nação (sociedade e sua gente) é exemplificado na fala desse homem. Longe de considerá-lo o exemplo para algum tipo de salvação, o seu dom da fala bem pautada é evidente, e esclarecedora. Se você tiver um tempo e a atitude da curiosidade necessária entenderás porque o Carnaval - Blocos de Rua no Brasil desta vez será sem fim.Teremos todo os tipos de ilusões, delírios, máscaras, políticos e palhaços, máscaras, profundas promessas e fantasias para dar e vender nesse ano. Teremos todos os personagens que compõe a bela escola social, que atua para fazer desse país o país modelo internacional, do carnaval.
Filosofando aos 45º graus do meio dia na central do Brasil.
A administração do tempo
da hermenêutica ao ócio criativo
TOP delirios tupiniquins
Ah! O carnaval... E eu que andava desacreditado…
There would be no exaggeration to say, is a time when the hard life no longer operates because of this, an extraordinary moment is invented or as whole party, carnival creates a situation in which certain things are possible and others should be avoided. I can not hold a carnival with sadness, just as I can not have a funeral with joy We know that the carnival is defined as "freedom" and as Possible to live a fantasy and utopian absence of misery, work obligations, and duties sins. In a word, it is a time where you can stop living life as burden and punishment. It is, at bottom, the opportunity to do exactly the opposite: to live and have a Experiença the world as over but now as excess luxury wealth of pleasure, "as they say in Rio de Janeiro), of joy and laughter, of Sensual pleasure is finally within reach of all a social universe where the rule is systematically perform all the excesses!
Carnaval é festa mas também é uma oportunidade única de se manifestar
Ao contrário do que acontece no resto do ano, no carnaval através de nossas fantasias podemos compor nossos sonhos e desejos mais reprimidos e expressá-los no salvo conduto do carnaval. Parece loucura mas a felicidade parece mais livre nestes quatro dias. Mas não é...
As forças que oprimem, controlam e ditam as regras estão logo ali para sua proteção, como cantou a Plebe Rude em outros tempos. E é justamente nisso que reside a importância primeira do carnaval: extrapolar as fronteiras da lógica vigente. Mais que isso, a loucura é permitida, o espírito non sense, a crítica social, o humor ácido, a brincadeira e a cultura da tolerância na diversidade, a quebra das fronteiras ideológicas e um tanto de empoderamento no espaço público, ainda que na organização vigiada do caos.
Nesse sentido as mentes medíocres não enxergam além das aparências, ficam presas aos códigos e símbolos dos personagens criados fora do contexto carnavalesco. Para estes é apenas mais um evento no calendário para ser seguido e por fim consumido. Porém para outros é a chance única de viver algo diferente, seja no imaginário, seja no inventário de seus desejos mais abafados ao longo do ano. Como num ritual de passagem, eliminam suas angústias e profetizam em seus atos uma fé inabalável num futuro promissor.
Particularmente é a chance de se falar em tabus, de se quebrar paradigmas e de observar a cultura, colocando-a num lugar de recriação que é o caldeirão efervescente dos dias de carnaval. Nesse sentido o bloco Planta na Mente contradiz o imposto e questiona a ordem dos valores numa sociedade carente de expressão livre de preconceito. Talvez por isso tanta gente se aproxima para dizer alguma coisa e se vale desse momento para agregar outras demandas. Mais uma vez os incrédulos hipócritas de plantão ficarão na superfície das aparências, abstendo-se dos questionamentos, permanecerão no limbo do inferno dantesco. Para estes o carnaval, no sentido libertário, não existe. Nem existirá após ele. Não à toa os blocos mais próximos da libertação estão fora da lista oficial de blocos da cidade.
Felizes são os que apesar dos enormes desafios encontraram nesse pequeno lapso de tempo a oportunidade de experimentar um pouco do que seria o embrião da liberdade, da cidadania, do combate aos mecanismos de opressão (política, saúde, lazer, economia e cultura), da defesa dos direitos humanos e sociais, e mesmo que na "contra" cultura concebam um outro tipo de realidade, através de outros referenciais simbólicos eleitos - com autonomia - pelos seus próprios sentidos. Sobre o controle social não existem cidadãos se eles não participam das decisões ativamente, se não são eles quem aprovam as leis e se não são os beneficiários primeiros das intervenções [veja notas de M.Santos]
Cito Domênico de Masi com seu olhar sociológico a cerca desse momento quântico cerebral que é o carnaval:
"Não seria exagero dizer, é uma ocasião em que a vida dura deixa de ser operativa por causa disso, um momento extraordinário é inventado ou como toda festa, o carnaval cria uma situação em que certas coisas são possíveis e outras devem ser evitadas. Não posso realizar um carnaval com tristeza, do mesmo modo que nao posso ter um funeral com alegria Sabemos que o carnaval é definido como"liberdade" e como possibilidade de viver uma ausência fantasiosa e utópica de miséria, trabalho obrigações, pecados e deveres. Numa palavra, trata se de um momento onde se pode deixar de viver a vida como fardo e castigo.
É, no fundo, a oportunidade de fazer tudo ao contrário: viver e ter uma experiencia do mundo como excesso mas agora como excesso de prazer, de alegria e de riso, de prazer sensual que fica finalmente ao alcance do todos. [...] universo em um país diz DaMatta onde tudo é codificado e subdividido com base no nome da família, no título de doutor, na cor da pele, no bairro onde mora, no nome do padrinho, nas relações pessoais, em ser amigo do rei, do líder político ou do presidente, por uma vez é o povo quem estabelece as regras do jogo e as aplica com o senso de justiça. A auto-organização do carnaval é um caos que ordenadamente se estrutura, segundo uma racionalidade própria, graças à forte motivação de todos aqueles que dele participam: como organizadores, como participantes, como espectador...
A sensualidade e androginia, emotividade e racionalidades. Fantasia e concretude. Criam um clima exaltante que sublima o cansaço, tornando-o expressivo, a música, tornando-a linguagem: as poucas regras, fazendo-as disciplina calibrada, aceita, introjetada. Liberdade e prazer, sensualidade e pecado são distribuídos em igual medida a todos, sem distinção de sexo, de idade e de condição social. Basta vestir a roupa do desfile que não por acaso se chama fantasia para se tornar um rei ou uma prostituta, uma escrava ou um anjo. Não por acaso, o carnaval é uma loucura, isto é, o deslocamento de uma entidade a outra, sem barreiras de classe ou de sexo..."
A hermenêutica a la carte brazilien
Faça o que eu falo não faça o que eu faço, ou digo o que faço mas não faço, ou ainda digo que sou o que não faço.
Mestre Yoda diria
MILTON SANTOS - Geógrafo, sociólogo…
"Não cabe, todavia, perder a esperança, porque os progressos técnicos (...) bastariam para produzir muito mais alimentos do que a população atual necessita e, aplicados à medicina, reduziriam drasticamente as doenças e a mortalidade. Um mundo solidário produzirá muitos empregos, ampliando um intercâmbio pacífico entre os povos e eliminando a belicosidade do processo competitivo, que todos os dias reduz a mão-de-obra. É possível pensar na realização de um mundo de bem-estar, onde os homens serão mais felizes, um outro tipo de globalização" (Santos, 2002:80).
"O cidadão é multidimensional. Cada dimensão se articula com as demais na procura de um sentido para a vida. Isso é o que dele faz o indivíduo em busca do futuro, a partir de uma concepção de mundo" (1987:41-42).
"[...] não é forçosamente cidadão, pois o eleitor pode existir sem que o indivíduo realize inteiramente suas potencialidades como participante ativo e dinâmico de uma comunidade. O papel desse eleitor não-cidadão se esgota no momento do voto"
(Santos, 1987:41).
"[...] o consumidor não é cidadão. Nem o consumidor de bens materiais, ilusões tornadas realidades como símbolos; a casa própria, o automóvel, os objetos, as coisas que dão status. Nem o consumidor de bens imateriais ou culturais, regalias de um consumo elitizado como o turismo e as viagens, os clubes, e as diversões pagas; ou de bens conquistados para participar ainda mais do consumo, como a educação profissional, pseudo-educação que não conduz ao entendimento do mundo" (1987:41).
Administração do tempo
Pra quem nunca aprendeu no Mobral*
mas dá aula de Doutor nas ruas no Carnaval!
Foi na Lapa, que eu nasci,Foi na Lapa que eu aprendi a ler,Foi na Lapa que eu cresci,E na Lapa eu quero morrer.A Lapa, também tem a sua igreja,Pra que toda gente veja,Onde eu fui batizado,
A Lapa, onde já não há conflito,Fica no fim do distrito,Aonde eu fui criado.Um samba, um sorriso de mulher,Bate-papo de café,Heis aí, a Lapa,Um samba, um sorriso de mulher,Bate-papo de café,Eis aí, a Lapa.
Foi na Lapa, que eu nasci,Foi na Lapa que eu aprendi a ler,Foi na Lapa que eu cresci,E na Lapa eu quero morrer....
Ouvir
http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/musicas/DI04853MU009206.WMA
*Programa MOBRAL Cultural
Programa lançado em 1973 para complementação da ação pedagógica. Seu objetivo era o de: "concorrer de maneira informal e dinâmica para difundir a cultura do povo brasileiro e para a ampliação do universo cultural do mobralense e da comunidade a que ele pertence" (Corrêa, 1979: 243). Seus objetivos gerais eram:
a. contribuir para atenuar ou impedir a regressão do analfabetismo; b. reduzir a deserção dos alunos de Alfabetização funcional; c. diminuir o número de reprovações; d. agir como fator de mobilização; e. incentivar o espírito associativo e comunitário e, f. divulgar a filosofia do MOBRAL em atividades dirigidas ao lazer e das quais participaria o mobralense, em especial, e a comunidade em geral.
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A “conversa Rasta” a forma ritual de se falar , praticada em diferentes graus no movimento , é especialmente proeminente entre os aderentes da Ordem Nyahbinghi. Considerando o movimento messiânico e também milenar Ras Tafari I encaixa-se na discriminação “anti sociedade” , “uma sociedade estabelecida dentro de outra sociedade” como uma alternativa consciente. É um modo de resistência ao mercado ainda “escravista” da moderna babilonia. A fala Ras Tafari como uma “anti-lingua não é somente paralela a sociedade , é de fato gerada por ela”. A anti-língua cresce quando a realidade alternativa é uma realidade contrariada, estabelecida em oposição a realidade subjetiva , não meramente expressando isso, mais ativamente criando e mantendo essa outra forma de expressão , que nada mais é que uma ação coletiva.
“I and I” (Eu e Eu) é usado seja onde um pronome aparecer no discurso; substitui ‘você e eu’. O uso oblíquo do pronome expressa a igualdade presumida entre os Rastas. “I and I” significa a identidade comum dos oradores como filhos de Haile Selassie I. Os nomes proferidos pelos Rastas exemplificam a associação do homem e Deus. A enunciação de “I”(eu) quando pronunciado “Jah Ras Tafari I” ou “Haile I SelassieI” conecta a intenção pessoal com a vibração divina.
“Quem é você ? não há nenhum você. Há somente Eu, Eu e Eu. Eu sou você, Eu sou Deus, Deus sou Eu. Deus é você mas não há nenhum você, porque você sou Eu, então Eu e Eu somos Deus. Nós somos todos cada um e um com Deus porque é a mesma energia de Vida que flui em todos nós”.
As suas letras são uma revelação da revolução, condenando "demônios educados" e "mentirosos políticos", e alerta que os guerreiros Rastafari vão subir para "esmagar" os opressores gananciosos."Nós temos uma mensagem de amor, mas é amor duro", enfatizou Damian Marley.
"A verdade não se destina a ser uma ofensa, mas temos de falar sobre o pecado, pois fere neste mundo.
Há pecado nos banqueiros, na polícia, nos políticos, todos os que controlam as pessoas.
Na música reggae, falamos de fogo, como na limpeza e purificação.
A música é uma arma revolucionária, como se você usasse uma agulha para remover uma farpa, você tem que colocá-lo no fogo para purificá-la.
Então você tem que sentir dor antes de remover a lasca.
Nós tentamos ajudar com o fogo, acendendo-o nas mentes das pessoas. "
Bob Marley também acende um fogo que cria a doce fumaça de ganja.
A meio caminho da árvore contém numerosas referências a maconha,
como "big skunky blunt a blaze", e Marley é um dos poucos músicos famosos dispostos a cantar abertamente os louvores de planta favorita da Jamaica. "Ganja é uma das atrações da Jamaica. Claro, existem praias, rios e o reggae",
ele explica, "mas erva é um forte instrumento na Jamaica e na cultura Rastafari.
Rastas usam-na para assar bolos, para fazer chás e medicamentos?
É a cura das nações.
Um monte de pessoas se beneficiam de ser ilegal, por isso, para nós,
a erva é parte da revolução.
Nossa música é contra o sistema mundial Babilônico que tenta lutar para derrubar a erva. "
"Eu não tenho medo de tudo o que fazem para mim, está nas mãos do Altíssimo", disse ele.
"Ao longo dos anos, o sistema sempre tentam se livrar de líderes negros que falam da verdade e da justiça, mas sempre triunfante no final. Os Rastas não veem a morte da mesma forma que outras pessoas veem. Vemos a vida como algo espiritual. Nós vemos o espírito que vive no interior.
Então o que tenha acontecido com o meu pai [Bob Marley], quem fez o que quer que seja para machucá-lo, o seu amor está com a gente, ele ainda está vivo."
A “conversa Rasta” a forma ritual de se falar , praticada em diferentes graus no movimento , é especialmente proeminente entre os aderentes da Ordem Nyahbinghi. Considerando o movimento messiânico e também milenar Ras Tafari I encaixa-se na discriminação “anti sociedade” , “uma sociedade estabelecida dentro de outra sociedade” como uma alternativa consciente. É um modo de resistência ao mercado ainda “escravista” da moderna babilonia. A fala Ras Tafari como uma “anti-lingua não é somente paralela a sociedade , é de fato gerada por ela”. A anti-língua cresce quando a realidade alternativa é uma realidade contrariada, estabelecida em oposição a realidade subjetiva , não meramente expressando isso, mais ativamente criando e mantendo essa outra forma de expressão , que nada mais é que uma ação coletiva.
“I and I” (Eu e Eu) é usado seja onde um pronome aparecer no discurso; substitui ‘você e eu’. O uso oblíquo do pronome expressa a igualdade presumida entre os Rastas. “I and I” significa a identidade comum dos oradores como filhos de Haile Selassie I. Os nomes proferidos pelos Rastas exemplificam a associação do homem e Deus. A enunciação de “I”(eu) quando pronunciado “Jah Ras Tafari I” ou “Haile I SelassieI” conecta a intenção pessoal com a vibração divina.
“Quem é você ? não há nenhum você. Há somente Eu, Eu e Eu. Eu sou você, Eu sou Deus, Deus sou Eu. Deus é você mas não há nenhum você, porque você sou Eu, então Eu e Eu somos Deus. Nós somos todos cada um e um com Deus porque é a mesma energia de Vida que flui em todos nós”.
As suas letras são uma revelação da revolução, condenando "demônios educados" e "mentirosos políticos", e alerta que os guerreiros Rastafari vão subir para "esmagar" os opressores gananciosos."Nós temos uma mensagem de amor, mas é amor duro", enfatizou Damian Marley.
"A verdade não se destina a ser uma ofensa, mas temos de falar sobre o pecado, pois fere neste mundo.
Há pecado nos banqueiros, na polícia, nos políticos, todos os que controlam as pessoas.
Na música reggae, falamos de fogo, como na limpeza e purificação.
A música é uma arma revolucionária, como se você usasse uma agulha para remover uma farpa, você tem que colocá-lo no fogo para purificá-la.
Então você tem que sentir dor antes de remover a lasca.
Nós tentamos ajudar com o fogo, acendendo-o nas mentes das pessoas. "
Bob Marley também acende um fogo que cria a doce fumaça de ganja.
A meio caminho da árvore contém numerosas referências a maconha,
como "big skunky blunt a blaze", e Marley é um dos poucos músicos famosos dispostos a cantar abertamente os louvores de planta favorita da Jamaica. "Ganja é uma das atrações da Jamaica. Claro, existem praias, rios e o reggae",
ele explica, "mas erva é um forte instrumento na Jamaica e na cultura Rastafari.
Rastas usam-na para assar bolos, para fazer chás e medicamentos?
É a cura das nações.
Um monte de pessoas se beneficiam de ser ilegal, por isso, para nós,
a erva é parte da revolução.
Nossa música é contra o sistema mundial Babilônico que tenta lutar para derrubar a erva. "
"Eu não tenho medo de tudo o que fazem para mim, está nas mãos do Altíssimo", disse ele.
"Ao longo dos anos, o sistema sempre tentam se livrar de líderes negros que falam da verdade e da justiça, mas sempre triunfante no final. Os Rastas não veem a morte da mesma forma que outras pessoas veem. Vemos a vida como algo espiritual. Nós vemos o espírito que vive no interior.
Então o que tenha acontecido com o meu pai [Bob Marley], quem fez o que quer que seja para machucá-lo, o seu amor está com a gente, ele ainda está vivo."
fontes:
https://www.facebook.com/amigosdaoncabanda
https://www.facebook.com/plantanamente/info?tab=page_info
https://www.facebook.com/events/333378353538962/336721746537956/
http://esculaxocomx.blogspot.com.br/2012/01/cultura-rastafari-preparando-se-para.html
http://www.cannabisculture.com/articles/2607.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#Programa_MOBRAL_Cultural
Pra quem curtiu ou vai curtir o carnaval,
se liga nas dicas do careca - sem sacanagem -
que tem alguns temas para um vida de ilusões
na medida certa, ou não
Obras citadas:
Gilberto Freire - 1933 - Casa Grande e Senzala
Sergio Buarque de Holanda - 1936 Raízes do Brasil
O homem cordial
Raimundo Fairo - Os donos do poder
Estamento da burocracia, a ideia de Brasil
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