A Epifania da Perfeição
Eu jurava para mim mesmo que não iria mais fazer postagens como esta.
Porém, a força sintética da ideia obriga-me a escrever mais um esculacho.
A fraseologia é o ornamento da mente*. A degradação da vida prática pelo ornamento.
Na proliferação das manifestações virtuais e assédio midiático dos dias atuais, somos impelidos a frases de efeito e auto retratos para justificarmos aquilo que já não possuímos, ou que não é autêntico de nossa criação. Deveríamos parar de viver nesse cenário antes de que alguém perceba que é falso. Por isso mesmo este que vos escreve, tem reduzido quase que por completo as tentativas de continuar a publicar coisas do tipo.
É preciso ânimo e coragem para trazer ao público coisas que realmente sejam suas. E tempo para digeri-las, conforme sentimos o desejo de até compartilha-las. Senão, viveremos num eterno faz de contas. Que segue entorpecendo o real sentido das coisas. Talvez o mundo imaginado esteja tomando o lugar do mundo real das contradições, das limitações e da busca pelo o que realmente vale a pena. O necessário dando lugar ao supérfluo. O concreto dando lugar ao subobjeto. O ideal cedendo lugar ao fantasiado.
*Waal, Edmund de. A lebre com olhos de ambar: Die Potemkinische stadt. Ed. Intrínseca, 2011. Sobre Viena no final do século 19.
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