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“Não há homem imprescindível, há causa imprescindível. Sem a força coletiva não somos nada” - blog da retórica magia/arte/foto/imagem.

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Um passeio no mundo expressionista

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Um passeio no mundo livre expressionista

expressionismo

Ensaio um passeio no mundo livre

Primeiro devo pedir desculpas pela ausência. Ando por aí sem muita cabeça para escrever, e os recursos estão precários.
Agora, um pouco mais sobreo e consciente do que aconteceu, volto aqui nesta mesma cadeira para tentar compilar as experiências destes tempos de afastamento.
E a viagem foi longa e agitada.   rota viagem RJ-MS (2)
Computados mais ou menos dois mil quilômetros, passando da região sudeste ao centro-oeste do Brasil, depois de me ver arrancado à força da cidade maravilhosa, acabei curtindo a viagem e, como sempre, procurei pelas informações mais interessantes e suas possibilidades.
No princípio, não entendi onde estava e nem como faria as coisas acontecerem, tanto foi a desorientação que não consegui sacar a câmera da mochila e fazer alguns cliques da nova residência. Nem ao menos dei-me conta da diversidade que a "pequena" cidade de Dourados apresentava.
As pessoas apresentavam-se de forma heterogenia, o comércio diversificado e a surpresa de encontrar um complexo de lojas num shopping central na cidade, que não deixa-a distante de qualquer outra cidade voltada para o consumo em qualquer lugar do planeta. E todas as mazelas que a acompanham vieram juntas com a enxurrada que caia do céu e deixava barrenta as ruas que dão acesso ao centro desta cidade.
rota viagem RJ-MS
No colocar-me em outro campo cultural e deslocar-me entre contextos contrastantes, fez-me olhar para o próprio lugar de onde vim e onde, a partir de hoje viverei. Levado a estabelecer paralelos e compreender as divergências das vivências em diferentes rotinas e situações, a latitude contrastante no roteiro Cidade Maravilhosa-Interior-Megalópole engendrou em mim o clímax do entendimento.
Sem dúvidas, deslocar-se é algo prazeroso, libertador e criativo. A importância e o choque de culturas foi crucial para entender este momento e "cair a ficha".
O entendimento só foi assimilado após visita à FAAP, já no meio da viagem de volta ao Rio, parei em sampa para visitar e rever pessoas especiais.
Foi uma experiência importante porque o contato com a arte e ajuda de um guia maravilhoso e solícito, surgiu o supervisor monitor de classes Marcio, a quem agradeço pelo tour na faculdade de artes plásticas em São Paulo, que foi a chave para entender o propósito da viagem.
Logo de cara, tropecei no que há de mais rico de um movimento que cativa-me e ao mesmo tempo me perturba a mente - mostra de expressionismo - entrega aos olhos da alma uma riqueza de sentidos traduzidos em traços simples e técnicas chapantes. Algo que fez de imediato pensar sobre meus próprios trabalhos, além de lançar um olhar crítico nas filosofias e movimentos a que venho investigando.
pro-cultura
O suporte é simples e acessível a quaisquer mortais, entre naquins e gauches, xilogravuras, litos e pinceladas fortes, fui imediatamente arrebatado para dentro das angústias e incertezas que aquelas imagens passavam, e assim pude instantaneamente compreender, intuitivamente, o significado de que só é possível ser verdadeiro dando um passo à frente, mesmo que a direção seja desconhecida. Sabendo da importância de estar em movimento mas não vivendo a radical experiência, não se pode ser real, e aí reside o verdadeiro significado do ser e estar vivo.
Por mais livros e informações que recebemos na confusão de nossa rotina, somente a real experiência e a radicalidade dos eventos sucessivos é capaz de traduzir, em nossos desejos, a vontade inexorável de expressar e comunicar nossa realidade de forma expressionista.
Porque é disso que se trata a vida, é por isso que estamos aqui consumindo, não apenas produtos e sim sensações, sentidos, aspirações, posicionamentos sociais, estes se concretizaram de forma dramática em mim a partir da clara síntese de Gilles Lipovetsky, que foi outro achado na terra da garoa. Enquanto a chuva caía - O Império do Efêmero - foi o abrigo mais seguro e promissor, caminho para seguir a viagem nesta compreensão.
Como andarilho, me vi incitado a vencer os limites estabelecidos pela minha própria cidade, e ao mesmo tempo motivado a criar as oportunidades, lançando mão de recursos até então não explorados. A escassez em meus trabalhos poderia ser em si mesma a motivação para representa-los.
Prometo reunir aqui algumas ilustrações e fotos que fizeram parte desta viagem em breve.
Então retorne neste post para conferir as atualizações.


expressionismo  (4) expressionismo  (5) expressionismo  (6) expressionismo  (7)  expressionismo  (2) 
legenda artes
fig.1
Marco Paulo Rolla. A coqueteleira, 1991, acrílico em tela.
fig.2
Marina Cram.ST,_1967. Nanquim e guache papel
fig.3
Marina Caram, Menina pobre, menina rica,1954,
nanquim no papel
fig.4
Emile Tuchband. Cristo, st, óleo sobre tela
fig.5
Marco Paulo Rolla. Lavajato, 1991, acrílica em tela

 

O Museu de Arte Brasileira da FAAP apresenta

expressionismo  (3)
A partir de 15 de fevereiro, a exposição Marcas do Expressionismo, que reúne cerca de 90 obras de seu acervo, entre pinturas, gravuras e desenhos.
O visitante terá a oportunidade de apreciar obras de artistas brasileiros e estrangeiros radicados no Brasil, representantes das artes visuais nacionais do século XX e da primeira década do século XXI. Obras de Anita Malfatti, Flávio de Carvalho e Oswaldo Goeldi, notáveis artistas do movimento modernista brasileiro, são as grandes atrações da mostra pela quantidade de obras que os representa, pela qualidade artística das mesmas e, fundamentalmente, por serem os mais significativos expoentes do Expressionismo nas artes visuais brasileiras. As fortes e fragmentadas linhas encontradas nos desenhos de Anita e Flávio e nas gravuras de Goeldi são exemplos dessa manifestação, assim como a ousada e impetuosa paleta de cores utilizada por estes dois primeiros artistas. Participam da exposição, também, desenhos de Marina Caran e Heinz Kühn, fortes nas formas e conteúdos; pinturas de Juarez Magno, Pierre Chalita, Émile Tuchband e Otoni Gali Rosa, produzidas nas últimas décadas do século XX, e obras de artistas mais contemporâneos como Herman Tacasey e Marco Paulo Rolla.
Segundo o curador da mostra, José Luis Hernández Alfonso, o objetivo da exposição é constatar que o cerne dessa tendência artística se manteve atuante quanto aos seus fundamentos conceituais e seus aspectos formais, apesar do tempo transcorrido desde seu surgimento e graças à solidez atemporal dos valores artísticos, gerados na busca por revelar os caminhos que levam ao mundo interior do ser humano e sua existência: análogos e universais sempre.

Expressionismo

O começo do século XX, na Europa, singularizou-se por um dinâmico movimento cultural nas diferentes esferas do conhecimento humano. Mudanças formais e conceituais deram origem a tendências artísticas de vanguarda que compartilhavam novas visões e interpretações da arte e cujos representantes se autoproclamavam condutores de uma cultura que estava à frente de seu tempo. Surgidas no caminho de um espaço histórico cercado pelos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial e se prolongaram até o término da Segunda Guerra Mundial, as denominadas “vanguardas históricas” foram todas elas influenciadas – em conjunto ou indistintamente – tanto pelos reais problemas sociais daqueles acontecimentos bélicos – devastação, miséria e mortes –, como por suas consequências psicológicas – angústias e pessimismos em escala individual e coletiva. No comportamento das vanguardas intervieram também, significativamente, os progressos científico-tecnológicos e sociais e suas decorrências na vida pessoal e social dos indivíduos motivados, entre outras coisas, pelos avanços da industrialização e dos meios de transporte, os novos tipos de emprego e costumes na vida das pessoas, o mercantilismo e a cultura de massas. Em sentido geral, no imaginário estético dos protagonistas das vanguardas, a arte deveria ter uma afinidade integral com a vida, a sociedade e a realidade do ser humano, a fim de transformá-lo em um espectador ativo e mobilizado, capaz de apreender e interpretar a obra de arte.


Entre essas manifestações artísticas, o Expressionismo, surgido na Alemanha, reuniu artistas de diferentes níveis intelectuais e produções marcadas pela diversidade formal.
O movimento defendia uma arte voltada para a interiorização da criação artística, ou seja, mais pessoal e intimista, em que predominava a visão do artista, sua reflexão individual e subjetiva. Do ponto de vista formal, o Expressionismo passou a ser entendido como um modo de deformar e alterar a realidade para expressar a natureza e o ser humano de uma maneira mais subjetiva, dando primazia à revelação dos sentimentos, mais do que à descrição objetiva da realidade. Assim concebido, o Expressionismo invadiu todo o universo artístico das vanguardas, desde o Fauvismo, o Futurismo e o Cubismo até o Dadaísmo e o Surrealismo. Interpretado nesse sentido, e seguindo os passos das artes visuais até os dias de hoje, pode-se convir que a essência do Expressionismo passou além de seu tempo, ao vê-lo extrapolar qualquer época e território.


SERVIÇO

 
Data: de 15 de fevereiro a 29 de maio de 2011
Local: Museu de Arte Brasileira da FAAP
Endereço: Rua Alagoas, 903 Higienópolis
Informações: (11) 3662-7198
E-mail: museu.secretaria@faap.br
Horários: de terça a sexta, das
10h às 20h.
Sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h.
(Fechado às segundas-feiras, inclusive quando feriado)
ENTRADA FRANCA







Ain´t over until it´s over - a viagem ainda não acabou

Em sentido geral, no imaginário estético dos protagonistas das vanguardas, a arte deveria ter uma afinidade integral com a vida, a sociedade e a realidade do ser humano, a fim de transformá-lo em um espectador ativo e mobilizado, capaz de apreender e interpretar a obra de arte.

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