Scientia Ad Sapientiam

Scientia Ad Sapientiam
“Não há homem imprescindível, há causa imprescindível. Sem a força coletiva não somos nada” - blog da retórica magia/arte/foto/imagem.

Pesquisar este blog

Diferenca entre ser e ter valor, da-lhe Trigo

Leave a Comment

“ANTES de falar de minhas peripécias pela apoplética metrópole paulista, e minhas anotações sobre o evento LAZER EM DEBATE, que rolou final de semana passado, onde poucos discursos foram inspiradores, mas dentre esses em especial o de Mauricio Souza – não o cartunista da Turma da Mônica – mas um cientista artista de mão cheia, me inspirou a relatar esse pequeno artigo – embora não menos importante – a cerca do valor que se pode ter uma mensagem ou uma reunião, seja qual for o fim, devemos dar a exata noção de valor para que estes momentos sejam únicos, e que realmente valha a pena investir em conhecimento. Rompendo conceitos e definindo objetivos, deixo com a palavra o amigo Trigo, que resume com maestria os principais aspectos para se tornar uma pessoa de valor, ao invés de ‘com valor’, como resultado pode faz de seus discursos como bala, que rasga o ar e ecoa forte na memória, e faz sentido se estar vivo”.

Por Luiz Gonzaga Godoi Trigo*

Outro dia estava em uma dessas reuniões cuja finalidade é a gente se mostrar, bancar argumentos e conseguir atingir objetivos óbvios. Enfim, uma reunião mais costumeira do que deveria ser em nossas organizações. Enquanto me chateava profundamente ouvindo coisas previsíveis, comecei a reparar no discurso das pessoas e a dividir os argumentos em algumas categorias, o que me ajudou a passar o tempo e a refletir sobre nossas mazelas lingüísticas e comportamentais.

Em linhas gerais, nas reuniões, há os discursos aproveitáveis e os que ficam entre a inutilidade e o lixo execrável. Comecemos pelos ruins para terminarmos, rumo ao ideal, pelos discursos bons e exemplares que merecem ser lembrados e exercidos.

Características dos discursos inúteis, desagradáveis ou safados:

Lugares comuns - É a vala comum da mediocridade. São preposições infantilizadas, estereotipadas, repetitivas e, portanto, chatíssimas para quem terminou pelo menos uma graduação. Denota falta de criatividade e de pensamentos próprios. 

Elogios gratuitos ou filisteísmo - Filisteu é o povo não semita, inimigo dos hebreus, do Antigo Testamento. Atualmente significa pessoa inculta cujos interesses são vulgares ou convencionais, uma pessoa sem inteligência ou imaginação. Um bom exemplo são os puxa-sacos descarados, muito à vontade no seu papel de capacho, bem limpinho, que protagonizam essa categoria.

Auto-elogios - É quando a conveniente bonomia se volta para si mesmo. Através de indiretas e raciocínios tortuosos a pessoa acaba por se vangloriar, aparentando humildade e sem interesse, claro, mas deixa em público os rastros de sua pretensa magnanimidade e competência. Em geral esses auto-elogios trazem doses generosas de má-fé.

Auto e inter-referências - É uma mescla dos elogios aos outros com os elogios a si mesmo através da mediação de outras fontes: pessoas, textos, filmes, citações etc. Isso é também chamado de cabotinismo, ou seja, alguém presunçoso, vaidoso, afetado, que tenta atrair a atenção para si mesmo a qualquer preço. Já vi gente se auto-intitular "líder do grupo", "exemplo de vida", algo desnecessário e patético. Com a Internet é cada vez mais fácil se auto-vangloriar, mas tudo se dilui no volume da rede. Em uma reunião isso é tão sutil quanto um pinico na cristaleira.

Lamúrias e lamentações - Uma reunião não é terapia de grupo ou sessão de auto-ajuda para tentar justificar as próprias mazelas pondo a culpa nos outros, na organização, no governo ou nos alienígenas. Se houver carências (sempre há, de alguma forma) seja direto e sugira alguma medida razoável para resolver ou melhorar a situação. É contraproducente se justificar através dos problemas alheios além de demonstrar ressentimento e pouca estabilidade emocional.

Emocionalismo enfadonho - Na falta de sólidos argumentos e fatos comprovados, as lamúrias se aprofundam rumo à irracionalidade, ao saudosismo, aos questionamentos emocionais calcados num sentimentalismo rudimentar. É uma categoria diretamente relacionada às lamúrias.

Adjetivos exuberantes - Os termos mais comuns geralmente são: intensamente, extremamente, muito grande, muito consistente, postura pró-ativa, contextualizador e por aí vai. Esses adjetivos ou expressões são acompanhados por uma voz emocionada, postura corporal sofrida tentando demonstrar o esforço que a pessoa faz - ou pensa que faz, ou quer enganar que faz - para exercer suas tarefas e comprovar seus feitos, sempre os mais elevados e árduos.

Enrolação - Isso é tergiversar, ou seja, usar evasivas ou subterfúgios, procurar desculpas. Ou ainda usar velhos argumentos ou textos, amplamente conhecidos por todos, para ganhar tempo, espaço e importância na reunião ou através dessas manobras, fugir do assunto principal.

Relativizar para neutralizar - "Se temos problemas os outros também os tem, e piores que os nossos". Ou então, "A baixa produtividade de nossa empresa faz-se no contexto da crise internacional e considerando suas consequências, nosso desempenho nem foi tão ruim assim..." É algo como um erro justificando o outro, não cola.

Mas nem só de bobagens, de ressentimentos ou de má-fé vive o mundo do trabalho. Nas reuniões também ocorrem momentos de lucidez e dignidade discursiva.

Característica dos discursos produtivos e bem fundamentados

Objetividade - Direto ao ponto, sem rodeios, desculpas ou enrolação. As equipes mais eficientes e eficazes não falam desnecessariamente, mas usam seu tempo para preparar reuniões objetivas e poderem discutir suas táticas e estratégias visando ação. Ram Charan denomina essas qualidades de poder de "execução", título de seu livro a respeito.

Brevidade - Diz a lenda que o finado Mário Covas foi a um evento contra a vontade porque tinha outros compromissos, mas prometeram uma cerimônia rápida. Um político menor, que falou antes dele, se estendeu muito mais do que o combinado. Na sua vez o governador pegou o microfone e disse: "Há dois tipos de discurso, os longos e os bons. Declaro inaugurada a obra, obrigado". Uma boa reunião é uma reunião rápida, que cumpra a agenda e traga bons resultados.

Discurso lógico e articulado - Argumentos baseados em fatos, dados e informações expostos com um método simples (introdução, desenvolvimento, referências e conclusão) e articulado com outros argumentos relacionados e que se complementam.

Exemplos e fatos relacionados - É a lógica, a coerência e a fundamentação da reunião. Os conceitos, ideias, fatos e exemplos surgem numa ordem que facilite a compreensão dos assuntos tratados, possibilita que as referências dadas sejam posteriormente comprovadas através das fontes bem explicitadas e que tudo garanta uma organicidade à pauta tratada e às decisões tomadas.

Clareza nos argumentos - Aí entra a logística. Uma boa reunião é preparada antecipadamente com documentos (digitais ou impressos) distribuídos a todos(as) para que o encaminhamento seja ágil, racionalizado e eficiente.

Humor na medida certa - Sem cair no relaxo total ou no cinismo deslavado, pitadas de humor são importantes para quebrar o formalismo e especialmente arrasar os emocionalismos, cabotinismos e outras mazelas já relacionadas. Nada como o humor para expor a má-fé, para expurgar ressentimentos, para ridicularizar os pretenciosos e convencer os inteligentes. Conheci um diretor de empresas que era autoritário e centralizador, porém muito correto com as pessoas e as reuniões eram quase uma stand up comedy protagonizada por ele, se bem que às vezes a coisa desandava mas, no geral, as reuniões garantiam ótimas risadas e comentários espirituosos.

Bom senso - Isso evita muitos aborrecimentos, atrasos e confusões desnecessárias. Algumas pessoas atingem mais facilmente sua compreensão; outras, demoram para entender que o bom senso facilita a vida do grupo; e outras, infelizmente, serão sempre carentes dessa qualidade relativamente rara em nossas organizações.

Tenham ótimas reuniões.

Contato
trigo@usp.br
www.luiztrigo.blogspot.com
*Luiz Gonzaga Godoi Trigo é escritor, pesquisador e professor associado à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo.
Read More...

ArTE eM DIFerENTE FORmaS

Leave a Comment

A ArTE eM DIFerENTE FORmaSExiste arte em tudo: num simples olhar, num jeito de acordar, numa rotina de trabalhar, na hora de de se inspirar, na hora de almoçar.Não importa se você estuda, trabalha ou não faz nada. Porque até no não fazer também há arte. Deixar que as coisas inertes que nos circundam, permaneçam inofensivas, sempre com a proposta de nos servir sem nos causar danos. E a utilizarmos sempre de forma viva, gerando vida e movimento.Se você entende de arte ou não, não importa. Se você entende do assunto, você dialoga com as ferramentas e possibilidades de transformar estas formas, ao seu comando e vontade. Se você não entende de arte mas a sente, você interfere com ela do mesmo jeito. Pois sua relação com o mundo, e o mundo só é mundo a partir desta relação, é que dá sentido, que a faz realidade, tornando-a real no seu universo em particular.
Se na imagem, seja no design, seja no movimento puramente em si, ou numa película cinematográfica...
Todos nós dançamos conforme a música, instintivamente à procura de dar significados as estas formas inertes e inofensivas, aplicando-lhes significado e utilidade.





E todos nós, independente de nosso nível de compreensão e entendimento de si, sente o real a partir de sua alma, sua essência,  participando do mundo material e tornando-o realidade.

Qual será a sua realidade de mundo, surrealismo ou suprematismo? Naturalismo ou Construtivismo? Dadaísmo ou Surrealismo?Impressionismo ou Expressionismo?Minimalista, Pop ou performático?
Não importa, TODOS FAZEMOS ARTE!


Read More...

The eye of photography curso de fotografia em modulos

Leave a Comment
THE EYE OF PHOTOGRAPHY



AULAS DE FOTOGRAFIA À CAMINHO, AGUARDEM!


Em breve postarei aqui as informações com os módulos e todos os slides apresentados no curso. Então já sabe, se quiser acompanhar é só voltar em breve e dar 'aquela espiada'


Estou montando um curso de fotografia, com vários módulos, abordando temas como: as leis básicas que regem os princípios óticos, o funcionamento da câmera escura, funcionalidades e operação de uma câmera fotográfica formato 35mm.


Os temas serão divididos em módulos que abrangerão ótica, lentes, câmera, luz e filme, controles, imagem digital, além de aplicações e métodos de se trabalhar com fotografia no mercado de trabalho, seus desdobramentos e possibilidades ao longo da história.


A bibliografia a ser utilizada está sendo reunida - como exemplo a imagem do livro acima - e outras referências serão utilizadas. Pois o curso será 'vivo' e atualizado constantemente, com os materiais que eu for encontrando ao longo de minha existência.


É o mínimo que posso fazer para retribuir o que o ponto de vista fotográfico trouxe para minha visão do mundo.


Inté,


Leo Barros



Read More...

_hedonism_taken_serious

by The Hedonist Cover Art: "Portrait of Sun Ra", oil on canvas by Paul David Elsen

World_cloud

banner

Louco ou criativo, depende de que lado voce está.
Inovador ou bizarro, ousado ou abusado, diferente ou excêntrico, qual sua imagem?

Top_blog